“… O poder de um toque, um sorriso, uma palavra afetuosa,
um ouvido atento, um elogio sincero,
um pequeno ato de cuidado não devem ser subestimados,
pois tem o poder de mudar uma vida …”.
(Leo Buscaglia)
O processo psicoterapêutico consiste em uma relação de cooperação entre o terapeuta e o cliente. Cujo objetivo é a relação terapêutica impregnada de liberdade e aceitação, ou seja, o cliente se sente “liberto de qualquer necessidade de se colocar na defensiva” e tem através da psicoterapia, uma oportunidade de olhar francamente para si mesmo, de ir para além da”barreira” defensiva e fazer uma apreciação autêntica de si mesmo.
Dentro minha linha terapêutica de seguimento, acredito em três princípios básicos e simultâneos descritos por Carl Rogers como sendo aqueles que vão permitir que, dentro do relacionamento entre terapeuta e cliente, ocorra a descoberta do núcleo essencialmente positivo existente em cada um de nós. Os quais:
- consideração positiva incondicional
- emparia
- congruência
Dentro desses princípios, ter consideração positiva incondicional é receber e aceitar o ser humano tal como ele é e exprimir um afeto positivo por ele, puramente por ele existir, não sendo necessário que ele seja ou faça isto ou aquilo;
A emparia, entretanto, refere-se na capacidade de se colocar no lugar do cliente, ver o mundo pelos olhos dele e sentir como ele sente, expressando tal situação para ele, que receberá esta expressão como uma profunda e reconfortante experiência de estar sendo compreendido, não julgado;
Já, a congruência é o requisito indispensável que permitirá ao terapeuta – que embora nutra um afeto positivo e incondicional por seu cliente e tenha a capacidade de “se colocar no lugar” dele – a habilidade de expressar de modo consciente e claro seus sentimentos e percepções, possibilitando ao cliente as experiências de reflexão e conclusão sobre si mesmo.
A psicoterapia é um método de tratamento dos transtornos psicológicos e psiquiátricos (ex: transtorno do pânico, depressão, ansiedade, transtornos alimentares, transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, transtorno obsessivo compulsivo, estresse pós traumático, transtorno aprendizagem, transtorno desafiador opositor, dentre outros) e conflitos interpessoais, conjugais, familiares e distúrbios psicossomáticos.
PSICOTERAPIA (infantil, adolescente, adulto, idoso e casal):
Infantil ou Ludoterapia
“… As crianças nunca estiveram muito empenhadas em escutar os mais velhos, mas nunca deixaram de imitá-los …”.
(James Baldwin)
Psicoterapia infantil consiste na relação de cooperação entre o terapeuta e a criança. O terapeuta clínico exerce o papel de facilitador do autoconhecimento, possibilitando à criança vivenciar e experienciar a liberdade e o poder de decisão por meio de espaço, escuta, nominação de seus desejos e respeito pela sua singularidade. Auxilia a criança ao reencontro consigo mesma e a ressignificar sofrimento psíquico em forma de sintomas.
O trabalho terapêutico com criança ocorre através de técnicas lúdicas, é por meio do brincar que a criança vive, revive e sente as experiências de sua relação com ela mesma e com o mundo exterior. Consequentemente, cria-se o espaço do simbólico (imaginário) possibilitando a elaborar as partes do mundo” faz-de-conta”. No lúdico a criança vivencia situações de ameaças, perigos, medos, e prazeres que conduzem a fatos de sua vida real através do simbólico.
O terapeuta acessa a criança por meio do brincar, onde ela elabora situações traumáticas psiquicamente através da transformação do que foi vivido passivamente em algo ativo, bem como expressa fantasias e desejos de forma simbólica. Os brinquedos são de suma importância na vida das crianças, pois é através deles que a criança interage socialmente, aprende a importância da negociação e da divisão, das regras, a argumentar na resolução de conflitos que surgem, melhoram aprendizagem e desenvolve habilidade.
Adolescente
Adolescência é a fase de transição entre a infância e a vida adulta (12 aos 20 anos), começa com as primeiras alterações físicas da maturidade sexual (puberdade) e termina com a independência (fase adulta). O termo adolescer vem do latim, que significa estar em processo de crescimento, crescer, desenvolver-se, consequentemente, o adolescente está em fase de transformação. É o início de um doloroso adeus à infância. Ou seja, essa fase é um período de muitas mudanças, tanto físicas quanto psicológicas. E essas mudanças assustam e incomodam todos que estão convivendo com adolescente e a ele próprio. Para o adolescente todo o processo de mudança está envolvido de muitos medos, instabilidade e riscos, tanto pela parte física quanto hormonal e psicológica. Para os pais é impossível lidar com adolescente devido ao seu temperamento, inconstância de humor, agressividade, falta de respeito e insegurança. Quando o relacionamento se torna difícil entre pais e adolescente o ideal é procurar ajuda terapêutica para evitar chegar ao extremo.
A relação terapêutica ocorre através do rapport que consiste em uma combinação de componentes emocionais, intelectuais e sociais. O terapeuta ajuda o adolescente na transição do autoconhecimento, conduzindo o adolescente a uma reflexão acerca das mudanças vivenciadas na adolescência, ajudando a compreender os sentimentos que ele desperta nos outros e em si mesmo. Quais os recursos internos que ele tem para lidar com situações de crise e aprender com elas? Compreendendo que todos os seres humanos estão em constante mudança e essas mudanças são necessárias para evolução pessoal.
Adulto
O processo psicoterapêutico consiste em uma relação de cooperação entre o terapeuta e o cliente. O terapeuta se coloca à disposição para servir o cliente, para que as habilidades existentes do cliente sejam desenvolvidas, reforçadas e solidificadas, dentro de uma relação de ajuda. Ou seja, o terapeuta auxilia o cliente na busca do seu autoconhecimento o conduzindo a um crescimento emocional, pessoal, social e profissional.
Idoso
Desde o momento da concepção, os seres humanos passam por processos de desenvolvimento que se estendem ao longo de toda a vida. O crescimento intelectual das aptidões cognitivas atinge seu pico por volta dos 30 anos, permanecem estáveis até os 50 e 60 anos e após esta fase começa a diminuir tendo uma aceleração no declínio após os 70 anos. Sabemos que as funções cognitivas sofrem perdas ao longo do processo de envelhecimento, um processo considerado normal, que incluem alterações na memória e os recursos de processamento das informações, bem como prejuízos na memória episódica e nas funções cognitivas. Já no envelhecimento patológico, é comum a ocorrência de doenças crônicas, cardiovasculares, circulação sanguínea, pressão arterial, osteoarticulares e, ainda, doenças como demências, depressão, ansiedade e síndrome do pânico.
A psicoterapia para terceira idade visa auxiliar o idoso a trabalhar o sentimento de desamparo, frente ao envelhecimento normal, as perdas (luto) ao longo da vida e possíveis patologias (demência). O terapeuta auxilia o idoso a lidar com seus aspectos internos, carregados de preocupações, tensões e intensa ansiedade. Esses aspectos refletem as vivências deflagradas ao longo da vida e momento atual (processo do envelhecimento e em alguns casos adoecimento), aspectos estes: conflitos internos, familiares, perda ou temor de perda do cônjuge, das capacidades físicas e mentais, da própria identidade (demência), aposentadoria ou mudança no nível econômico, solidão, diminuição da autoestima e aumento da dependência dos outros. A psicoterapia pode ter um papel transformador na vida do idoso, gerando possibilidade de prazer e criação através da ressignificação do envelhecimento.
Terapia de Casal
O terapeuta ajuda o casal a lidar com o inconsciente conjugal, com os medos, fantasias, assim como, afetos, tensões e defesas comuns. O terapeuta constrói a relação de ajuda através da percepção das forças inconscientes que originaram a relação, provocaram a escolha amorosa e contribuíram para os atuais conflitos do casal. Ressignificando para cada cônjuge o que fora depositado no outro, para que a relação deixe de ser, assim, um sintoma das patologias individuais. A relação terapeuta de casal leva o casal a uma analise de equilíbrio livre e flexível. O terapeuta auxilia o casal facilitando a sua comunicação, ajudando a compreender os papéis de cada um, potencializando os recursos internos de cada um, não só para concepção de família, mas dos momentos de individualidade.